destruindo a Força Aérea Egípcia no solo. Nessa operação, foram fundamentais o trabalho de
Inteligência, o treinamento e a doutrina de que se valeram os israelenses para obter uma vitória
decisiva.
Art. 89. O ano de 1982 trouxe a guerra aérea para o continente sul americano, quando argentinos
e britânicos lutaram na Guerra das Falklands/Malvinas, considerada, do ponto de vista da guerra
aérea, uma guerra aeronaval. A guerra demonstrou a importância da projeção de poder, as
limitações do emprego naval sem a devida proteção aérea e a diferença tecnológica em termos de
equipamento e de processo de planejamento e condução de operações militares.
Art. 90. Nos anos de 1990, foi a Guerra do Golfo - 1991 o evento mais marcante, que pode ser
reconhecida como o apogeu da guerra aérea. Tanto na Operação Desert Shield quanto na Desert
Storm, a aviação da coalizão desempenhou um papel fundamental para o seu sucesso. Nesse
conflito, inúmeros fatores mereceram destaque, como o esforço logístico de transporte aéreo de
tropas e suprimentos para a campanha militar. Pela primeira vez, os EUA requisitaram aviões
comerciais para o transporte de tropas para o Teatro de Operações - TO. Nessa guerra, a
responsabilidade pelo planejamento e condução das operações aéreas foi centralizada em um
comandante único, o que representou uma grande conquista no conceito de operação conjunta e
combinada, fator não observado no Vietnã. Nos primeiros dias da campanha, o foco foi a
desestruturação da capacidade de comando e controle iraquiana, inclusive com a tentativa de
decapitação da sua liderança. A fase de superioridade aérea eliminou a Força Aérea Iraquiana,
destruída no solo. Obtido o domínio do ar, o esforço voltou-se para a destruição das forças
blindadas, da artilharia de campanha e de concentrações da Guarda Republicana Iraquiana.
Concluída essa fase, a guerra terrestre desenvolveu-se em curto espaço de tempo, no qual foram
alcançados os objetivos políticos da coalizão, cuja superioridade tecnológica, doutrinária e de
treinamento foi decisiva nos combates. Outro fator importante foi a presença das capacidades
espaciais como fator multiplicador da força. Alguns teóricos chegaram a afirmar que essa teria
sido a primeira guerra espacial da história, pois o domínio espacial se justapunha ao domínio
aéreo e, a partir daquele momento, fazia sentido a definição de ambiente aeroespacial.
Art. 91. Na esteira do sucesso de 1991, a guerra aeroespacial seria observada entre 1992 e 1995,
na Bósnia (Operação Deliberate Force), em Kosovo, entre 1998-1999 (Operação Allied Force), no
Afeganistão, a partir de 2001 (Operação Enduring Freedom) e no Iraque, em 2003 (Operação Iraq
Freedom). Nesses conflitos, pôde-se observar, em maior ou menor intensidade, a negação do uso
do espaço aéreo, o ataque em larga escala aos alvos terrestres, bombardeio às estruturas de
importância estratégica, guerra contra insurgentes, utilização de forças especiais e guias aéreos
avançados, aeronaves não tripuladas, apoio de fogo às forças de superfície e a imensa
superioridade tecnológica americana, em especial aquela decorrente do uso de sistemas de
navegação e comunicação a partir do espaço exterior.
Art. 92. Durante a fase denominada de “Guerra ao Terror”, apesar do foco ter sido dado aos
conflitos ditos de baixa intensidade decorrente das experiências recentes, cuja natureza de
emprego é caracterizada pelo combate na forma de guerrilha, contra insurgência ou contra o
terrorismo, observa-se, em face das características geopolíticas, um retorno à discussão da guerra
convencional, em especial no contexto das grandes operações militares entre pares. A ascensão
de novas potências globais, que venham a contestar a predominância unipolar dos EUA, ressuscita
no debate da guerra aérea o caráter primordial na luta pelo controle do ar. Nesse ponto, surge a
necessidade de se repensar a discussão teórica sobre Poder Aéreo, fruto dessa evolução da
história da guerra e da guerra aérea.
Art. 93. A Guerra da Ucrânia, um conflito complexo, testemunhou o emprego estratégico das
Forças Aéreas como elemento crucial na determinação do desfecho dos confrontos. Desde o seu