MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
GABINETE DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA
PORTARIA GABAER/GC3, Nº 1.503, DE 6 DE SETEMBRO DE 2024.
Aprova a Instrução que dispõe sobre a
Confecção de Cenários Aeroespaciais.
O COMANDANTE DA AERONÁUTICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso XIV do art. 23
da Estrutura Regimental do Comando da Aeronáutica, aprovada pelo Decreto nº 11.237, de 18
outubro de 2022, e considerando o que consta do Processo nº 67050.013128/2024-02,
procedente do Estado-Maior da Aeronáutica:
Art. 1º Aprova a edição da ICA 1-1 “Confecção de Cenários Aeroespaciais” no Comando da
Aeronáutica, na forma dos Anexos I e II.
Art. 2º Revoga-se a Portaria GABAER nº 635/GC3, de 24 de abril de 2019, publicada no Boletim
do Comando da Aeronáutica nº 69, de 26 de abril de 2019.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Ten Brig Ar MARCELO KANITZ DAMASCENO
Comandante da Aeronáutica
Esta versão não substitui o publicado no BCA.
ANEXO I
CONFECÇÃO DE CENÁRIOS AEROESPACIAIS (ICA 1-1)
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Seção I
Finalidade
Art. 1º A presente Instrução tem por finalidade definir as informações necessárias para compor os
Cenários Aeroespaciais no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Seção II
Âmbito
Art. 2º A presente Instrução, de observância obrigatória, aplica-se a todas as Organizações do
COMAER que participam da confecção dos Cenários Aeroespaciais.
Seção III
Aplicação
Art. 3º A análise dos Cenários Aeroespaciais é o primeiro passo do processo de Planejamento
Baseado em Capacidades (PBC), motivo pelo qual é considerada de extrema importância para a
qualidade do produto a ser gerado pelo processo em pauta.
Seção IV
Prefácio
Art. 4º Desde as edições de 2012 da Política Nacional de Defesa (PND) e da Estratégia Nacional de
Defesa (END) já consta, como objetivo nacional de defesa, estruturar as Forças Armadas em torno
de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos
e operacionais.
Art. 5º Assim, a partir do ano de 2016, o estudo da metodologia do PBC foi efetivamente iniciado
por meio de um Grupo de Trabalho multidisciplinar (GT-PBC), gerenciado pela Assessoria de
Planejamento Baseado em Capacidades (APBC/MD), com a participação do Estado-Maior Conjunto
das Forças Armadas (EMCFA) e dos Estados-Maiores das Forças Singulares (FS) com o intuito de
desenvolver o processo para atender aos desafios futuros.
Art. 6º Nesse contexto, os Cenários Militares de Defesa (CMD), confeccionados pelo Ministério da
Defesa (MD), constituem-se como os primeiros insumos para a confecção dos Cenários
Aeroespaciais (Cen Aepc) bem como para o processo do PBC no âmbito do COMAER, regulado
internamente pela DCA 11-146.
Art. 7º Após a confecção desses cenários prospectivos, o MD extrai as Possibilidades de Atuação
(PA) que serão utilizadas neste processo de planejamento.
Art. 8º Os conteúdos específicos para o emprego da FAB nas PA fornecidas pelo MD serão
analisados pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) de modo a adequá-las às possibilidades de
emprego dos meios aeroespaciais e de força aérea e, assim, gerar os Cenários Aeroespaciais. Na
ausência das PA, que deveriam ser fornecidas pelo MD, o EMAER as deduzirá com base nos CMD e
nos levantamentos de Inteligência fornecidos pelo Sistema de Inteligência da Aeronáutica
(SINTAER).
Art. 9º A título de conhecimento histórico, no ano de 2018, como parte do offset do programa FX-
2, foi ministrado um curso de Cenários pela empresa SAAB e Força Aérea Sueca, no qual foi
conseguido um modelo de Cenário, o qual serviu de base para a definição do conteúdo dos
Cenários Aeroespaciais.
Seção V
Conceituações
Art. 10. Para efeito desta Instrução, além dos termos estabelecidos no Glossário da Aeronáutica
(MCA 10-4), os termos e expressões abaixo têm os seguintes significados:
I - ameaça: é qualquer conjunção de atores, entidades ou forças com intenção e capacidade de,
explorando deficiências e vulnerabilidades, realizar ação hostil contra o país e seus interesses
nacionais, com possibilidades de causar danos ou comprometer a sociedade nacional (a população
e seus valores materiais e culturais) e seu patrimônio (território, instalações, áreas sob jurisdição
nacional e o conjunto das informações de seu interesse);
II - Assessoria do Planejamento Baseado em Capacidades (APBC): é a Seção no MD responsável
pela implantação do Planejamento Baseado em Capacidades no MD, a mesma é subordinada
diretamente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
III - atores: são indivíduos, grupos, decisores, organizações governamentais e não-governamentais
nacionais ou transnacionais que influenciam ou recebem influência significativa do sistema e/ou
do contexto considerado em um cenário;
IV - capacidade: aptidão para atingir um Efeito Desejado, sob condições específicas, por meio de
um conjunto de Tarefas;
V - Capacidades Aeroespaciais: capacidades das quais a Força Aérea Brasileira (FAB) deverá dispor
para suportar seu eventual emprego. Decorrem das Capacidades Militares de Defesa;
VI - Cenário Aeroespacial (Cen Aepc): ambiente amplo e genérico, previamente estabelecido, que
considera aspectos diversos e de incertezas, das forças amigas e dos potenciais inimigos, de modo
a permitir a análise do emprego do Poder Aeroespacial, com vistas a avaliar as capacidades
existentes e/ou demandadas para fazer frente ao inimigo projetado. Os Cen Aepc fornecerão um
contexto geopolítico e operacional em detalhes suficientes para apoiar as análises do processo de
PBC. Eles expressam as possibilidades de emprego do Poder Aeroespacial dentro do horizonte
temporal definido pelo PBC no âmbito do COMAER, sob responsabilidade da Sexta Subchefia do
EMAER (6SC);
VII - Cenário Militar de Defesa (CMD): é um prognóstico acerca da configuração do Estado
brasileiro no que concerne à sua defesa e que expressa as situações ou contingências possíveis de
ocorrer, explorando os aspectos militares da Defesa do país, e subsidia a elaboração das
Possibilidades de Atuação (PA) e os Descritores (DCA 11-146);
VIII - Cenários Prospectivos: elaborados por pessoal capacitado no uso de metodologias e
ferramentas específicas, a partir da Avaliação da Conjuntura, são idealizações desenvolvidas pelo
encadeamento dos acontecimentos e dos conhecimentos que caracterizam a evolução da
atualidade para uma situação futura. Para tanto, é de fundamental importância um trabalho
permanente de Inteligência Estratégica, exercido por pessoal especializado;
IX - efeito: efeito é uma mudança em uma condição, comportamento ou grau de liberdade;
X - Estado Final Desejado (EFD): é uma situação, política ou militar, favorável que deve ser
alcançada quando a operação estiver finalizada;
XI - Estado Final Desejado Militar (EFD militar): é uma situação que deve ser atingida quando a
operação estiver finalizada. O EFD militar é subordinado ao EFD político e é atingido antes mesmo
dos EFD político e estratégico;
XII - Estimativa de Inteligência: trata-se de conceito disposto no Guia do Planejamento Baseado
em Capacidades, edição 2020, documento do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do
Ministério da Defesa (EMCFA/MD), cujo propósito é ampliar os conhecimentos de inteligência nos
níveis estratégico, operacional e tático, visando obter o maior número de informações disponíveis
sobre todos os atores envolvidos, incluindo os níveis de relação entre eles. Além disso, tem como
objetivo contemplar uma análise prospectiva da doutrina, das capacidades científico-tecnológicas
do poder militar dos atores, além do estudo do espaço geográfico do desafio. No âmbito do
COMAER, a ICA 1-1 - CONFECÇÃO DE CENÁRIOS AEROESPACIAIS consolida todas as informações de
inteligência julgadas necessárias para a contribuir com o processo do PBC;
XIII - Planejamento Baseado em Capacidades (PBC): é uma ferramenta de planejamento
estratégico, sob incerteza, para prover capacidades adequadas para um amplo espectro de
desafios contemporâneos e circunstâncias, enquanto se trabalha dentro de uma estrutura
econômica que exige escolhas críticas (DCA 11-146); e
XIV - Possibilidades de Atuação (PA): perceão de cada possibilidade de emprego da expressão
militar do Poder Nacional, para contrapor aos desafios contextualizados no CMD. A partir desse
cenário, identifica-se um amplo espectro em que o Setor de Defesa possa ser empregado.
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Fundamentos da Metodologia do PBC
Art. 11. O PBC visa a identificar as melhores opções para o desenvolvimento de uma força por
meio da análise de suas capacidades frente aos possíveis cenários de emprego. Intenciona-se
garantir, desta maneira, uma abordagem racional e coerente ao desenvolvimento desta força, em
conformidade com o que lhe é pertinente, alinhado com a política governamental vigente. Assim,
o PBC é um primeiro passo em um processo interativo que leva em conta análise de cenários,
lições aprendidas, experiência institucional e futuros desenvolvimentos tecnológicos.
Art. 12. Existem três horizontes de planejamento, cada qual com um foco específico no contexto
do PBC:
I - horizonte 1 - de um até quatro anos, o que cobre um período de tempo normalmente
equivalente a de um mandato governamental, e durante o qual o planejamento de recursos pode
ser realizado com razoável precisão. Analistas focalizam a alocação de recursos e gastos. Procura-
se adquirir ou manter capacidades já identificadas. Este primeiro horizonte é o mais detalhado,
onde se executam planos já aprovados e são abordados aspectos de programas de curto prazo.
Demanda-se uma programação detalhada de recursos e cumprimento dos planos e prazos
estabelecidos, bem como o desenvolvimento do nível apropriado de capacidades;
II - horizonte 2 - de cinco a doze anos, com foco na disponibilização/formação de capacidades já
identificadas de forma mais eficiente. Neste segundo horizonte, busca-se aperfeiçoar as
capacidades identificadas como essenciais e/ou assegurar transições de capacidades de forma
mais efetiva; e
III - horizonte 3 - de treze a vinte anos, busca-se antecipar quais capacidades serão necessárias no
futuro, incluindo-se uma exploração radical de novas formas de prover capacidades. Este terceiro
horizonte é o mais desafiador na medida em que lida com a introdução de mudanças
fundamentais nas formas como uma capacidade será disponibilizada e na determinação de quais
desenvolvimentos serão priorizados para a obtenção das futuras capacidades necessárias.
Art. 13. Os cenários prospectivos de médio (5 a 12 anos) e longo (13 a 20 anos) prazos compõem
os principais insumos do PBC.
Art. 14. A metodologia necessita de informações de inteligência que consigam avaliar todos os
aspectos envolvidos dentro das possibilidades futuras visualizadas.
Art. 15. Considera análises prospectivas tecnológica e financeira, a fim de permitir que não apenas
o poder militar necessário seja identificado, mas que o poder militar possível possa ser visualizado.
Art. 16. Vantagens da metodologia:
I - integração - permite o emprego dos esforços integrados do Ministério da Defesa e das Forças
Armadas (FA), bem como as demais agências governamentais;
II - sinergia - permite que sejam identificadas as capacidades necessárias, considerando o emprego
conjunto das FA e interagências;
III - abrangência - identifica as necessidades de capacidades considerando todos os cenários
estabelecidos;
IV - unicidade - evita que haja duplicidade de propostas das Forças Singulares (FS), fornecendo um
caminho único que objetiva a consolidação, ao final do processo, de um plano unificado das
opções de desenvolvimento das Forças;
V - economicidade - racionaliza o investimento e aplicação de recursos limitados, pois orienta a
aquisição de capacidades na dimensão adequada; e
VI - exequibilidade - os limites do desenvolvimento tecnológico e as limitações financeiras
estabelecidas condicionarão as possibilidades de desenvolvimento do poder militar, de forma que
sejam pautados em meios possíveis e viáveis.
Art. 17. No caso de uma FA, a metodologia do PBC quantifica a sua capacitação e relaciona a
mesma com os recursos disponíveis e com a eficácia operacional obtida em curto, médio e longo
prazo. O gerenciamento integrado conecta os três elementos do processo: gerenciamento de
performance (mostra a situação atual da organização), planejamento estratégico (mostra onde a
organização pretende chegar) e alocação de recursos (mostra como aplicar os recursos para atingir
os objetivos pretendidos).
Art. 18. A DCA 11-146 descreve as atribuições e o processo de Planejamento Baseado em
Capacidades no âmbito do Comando da Aerónautica.
CAPÍTULO III
CENÁRIOS AEROESPACIAIS
Seção I
Descrição dos Cenários Aeroespaciais
Art. 19. É a possibilidade de utilização da expressão militar, incluindo adversários, aliados e
neutros, que proveem um contexto para a avaliação de capacidades. Os Cenários fornecem um
background geopolítico e operacional em detalhes suficientes para apoiar a análise e o restante do
processo de PBC. Os mesmos são advindos de uma Possibilidade de Atuação (PA), definida pelo
MD.
Art. 20. Baseando-se no conceito de “Linhas de Operação” de Goss (ibid.), utilizada para
estruturar e avaliar ameaças em um planejamento contingencial de defesa, foram definidas as
Linhas de Capacidades como as linhas que definem a orientação direcional de uma força, no
tempo e no espaço, com relação ao inimigo. Esta abordagem visa a produzir uma matriz de
possíveis e prováveis capacidades (de ameaças) que precisam ser contidas, ou seja, avaliam-se
ameaças por meio de capacidades e não por meio de atores.
Art. 21. Desta forma, uma avaliação de ameaça baseada em capacidades é efetuada,
primeiramente, avaliando-se que tipos de linhas de capacidades adversárias são possíveis. Em
seguida, são comparadas as linhas de capacidades dos oponentes para cada Cenário definido. A
partir da combinação de linhas de capacidades, obtém-se a maior demanda de contraposição
necessária para se neutralizar a pior ameaça mais provável e garante a robustez do planejamento
da Força, pois as ameaças mais prováveis de menor intensidade estarão contidas na de maior.
Figura 01 - Linhas de Capacidades
Art. 22. Considerando como inputs os objetivos políticos estabelecidos pelas lideranças nacionais
e o grau de ameaça a ser enfrentado em certo ambiente operacional, as lideranças militares
estabelecem objetivos estratégicos, que podem ser traduzidos como diretrizes às operações das
FA em termos de efeitos.
Art. 23. Estes efeitos, por sua vez, devem ser alcançados sob padrões que se traduzam em
aspectos de intensidade e escopo (magnitude); de momento e duração (tempo); e de distância e
cobertura (geoespaço) do efeito.
Art. 24. Os efeitos estratégicos a serem infligidos em um conflito podem ser listados na seguinte
ordem crescente da necessidade de aplicação de força (carece, ainda, de definição pelo MD):
I - estabilizar: estabelecer condições seguras e estáveis para ações políticas e econômicas, assim
como tornar a situação sob controle e retornar a um estado de equilíbrio e normalidade;
II - conter: limitar ou restringir, de forma ativa, a expansão, duração ou influência de um
adversário ou crise;
III - intimidar/ dissuadir: desencorajar uma agressão militar inimiga ou a adoção de um
determinado curso de ação, por meio da diminuição de seus ganhos esperados e/ou pelo aumento
de seus custos esperados;
IV - coagir: persuadir um oponente a adotar determinado padrão de comportamento, contra sua
vontade, pelo uso da força ou ameaça de força;
V - interditar: inutilizar a capacidade de um adversário, empreendendo a atividade militar para
negar sua liberdade de ação ou o uso de um alvo durante determinado período, de modo a
impedi-lo de empregar suas funções de forma efetiva;
VI - afetar: reduzir a efetividade de um adversário de tal modo que o oponente não seja mais
capaz de conduzir operações de combate; e
VII - destruir: causar danos às expressões de poder de um Estado inimigo ou adversário não-
Estado (como por exemplo, uma organização terrorista) de tal modo que o oponente não seja
mais militarmente viável.
CAPÍTULO IV
PREENCHIMENTO DOS CENÁRIOS AEROESPACIAIS
Seção I
Orientações para o preenchimento dos Cenários Aeroespaciais
Art. 25. A confecção do Cenário Aeroespacial será coordenada pela Segunda Subchefia do EMAER
(2SC). Os itens a serem preenchidos no modelo de Cenário Aeroespacial (Anexo II) e os
responsáveis por cada item são apresentados ao longo deste capítulo.
Art. 26. A definição do cenário e seu espaço temporal será feita pelo MD, com base no CMD, nas
PA e respectivos Descritores considerados. Na ausência desta orientação, o Chefe do Estado-Maior
da Aeronáutica irá definir os cenários a serem analisados, em conformidade com as PA advindas
do MD e com a Estratégia Militar de Defesa (EMiD) em vigor, podendo delegar a tarefa para o
Chefe da Sexta Subchefia do EMAER (6SC).
Seção II
Problema Militar e Espaço Temporal do Cenário
Art. 27. Após a definição do poder político pelo uso do poder militar para solucionar um
problema, surge o problema militar, que é formado pela compreensão da situação das forças
amigas e inimigas e o ambiente operacional no qual será conduzida a operação militar. O
problema militar e o seu espaço temporal estará definido nas PA e respectivos Descritores
fornecidos pelo MD, todavia, na falta destas, será deduzido a partir do Cenário Militar de Defesa
(CMD).
Art. 28. No contexto dos estudos do PBC no âmbito do Comando da Aeronáutica, este item será
da responsabilidade do Chefe da Sexta Subchefia do EMAER (6SC).
Seção III
Estado Final Desejado (EFD)
Art. 29. No Processo de Planejamento de Comando (PPC), dado o problema militar, o
Comandante da Operação definiria como solucionar o mesmo e produziria a Diretriz de
Planejamento (DIPLAN). Todavia, em virtude de este documento não ter sido idealizado para o
PBC, o Chefe da Terceira Subchefia do EMAER (3SC) será o responsável por aprovar o EFD Militar,
os Efeitos Operacionais e os Objetivos Operacionais para cada Cenário Aeroespacial.
Art. 30. O EFD Militar refere-se a uma situação que deve ser atingida ao final de um conflito com
emprego da força, considerando o emprego do poder aeroespacial amigo. Não confundir com o
EFD operacional, que é a consequência direta de uma ação ou operação militar no nível tático.
Art. 31. Considerar, à luz da doutrina, um EFD Militar para a PA em questão, bem como para a
provável configuração do T.O. e caracterização do oponente (poder equivalente, superior ou
inferior), em que o emprego do poder aeroespacial amigo contribuirá para o “Estado Final
Desejado (EFD) Militar”. Considerar, ainda, um EFD Militar em contexto prospectivo, porém
exequível no horizonte temporal previsto para o PBC, ou seja, até 12 anos, tendo o poder
aeroespacial amigo cumprido de maneira efetiva a sua missão constitucional por meio das Tarefas
e Ações de Força Aérea previstas.
Art. 32. O EFD Militar deve ser descrito pelo atendimento das demandas existentes. Por exemplo,
em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO), o EFD militar estará alinhado com o
Decreto correspondente.
Art. 33. Os Efeitos Operacionais deverão ser definidos e alinhados com os efeitos estratégicos do
MD, apresentados os Efeitos definidos nas CONOPS (DCA 1-2).
Art. 34. Os Objetivos Operacionais devem ser apresentados por meio das Ações de Força Aérea
previstas na Doutrina Básica da FAB (DCA 1-1) ou pelas Capacidades Operativas necessárias para
se cumprir os efeitos operacionais definidos.
Art. 35. No caso de oponente não estatal, ou seja, em cenários típicos de conflitos irregulares,
híbridos e em Op GLO, considerar a possibilidade de objetivos tais como: retorno à situação de
normalidade da segurança pública, desarticulação das Organizações Criminosas (ORCRIM), prisão
de seus líderes e membros, confisco de bens e apreensão de armamentos.
Seção IV
Histórico
Art. 36. Neste item, será apresentado um breve histórico do problema militar, ou seja, quais os
fatos históricos que poderão levar a uma escalada da crise entre atores apontados na PA. Esta
descrição não deverá passar de 02 (duas) páginas, pois se reveste apenas de uma estimativa do
motivo do conflito, sendo o mais importante a deflagração em si do mesmo. A confecção desse
item ficará sob responsabilidade do CIAER.
Seção V
Situação atual e prospectiva acerca do oponente
Art. 37. Neste item, será apresentada a situação militar atual do(s) ator(es) oponentes, bem como
a situação esperada no espaço temporal definido. É importante ressaltar que esta listagem de
equipamentos e suas capacidades técnico-operacionais não conferem a determinado país ou
grupo social detentor do equipamento a caracterização de oponente, mas servem tão somente
como parâmetros para o levantamento de capacidades que deverão ser consideradas neste
estudo. Desta forma, deduz-se a partir do Art. 25 da DCA 11-146/2024, que não serão
considerados e nem mesmo nominados quaisquer adversários específicos. O Comando de
Operações Aeroespaciais (COMAE) ficará responsável pela apresentação da situação atual e
prospectiva acerca do oponente, devendo solicitar o assessoramento do Centro de Inteligência da
Aeronáutica (CIAER) para tal.
Art. 38. Para se definir a situação esperada dos atores envolvidos, faz-se necessária uma sinergia
entre COMAE, Comando de Preparo (COMPREP), CIAER e Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial (DCTA), a fim de levantar possíveis aquisições e desenvolvimentos tecnológicos e
bélicos dos atores envolvidos, bem como de outros atores em nível mundial. O COMAE também
ficará responsável por coordenar esse estudo.
Art. 39. A lista de informações necessárias contidas nesse item foram definidas por engenheiros
do DCTA e são demandas para serem utilizadas em ambientes de simulação virtual. Caso haja
mudança da ferramenta escolhida para tal fim, poderão ser demandadas outras informações.
Como o desenvolvimento das ferramentas de simulação estão sob responsabilidade do DCTA, o
referido Órgão de Direção Setorial (ODS) poderá propor sugestões de atualização deste
documento ao EMAER.
Art. 40. Os itens abaixo deverão ser apresentados em formato de arquivo digital do tipo tabela /
planilha (ex.: Microsoft Excel ou similar) para facilitar a migração dos dados para o ambiente de
simulação (tal como o Ambiente de Simulação Aeroespacial (ASA), ora em desenvolvimento no
DCTA, podendo ser atualizados a qualquer momento, sem modificação desta ICA).
Art. 41. Domínio Aéreo e Espacial:
I - Aeronaves:
a) Assinatura radar:
1. Inputs: tipo de material/camuflagem, comprimento de onda, azimute, elevação; e
2. Output: assinatura radar, em metros quadrados.
b) Assinatura infravermelha;
c) Tabela ‘Airframe Signature’:
1. Inputs: velocidade, altitude, azimute, elevação; e
2. Output: assinatura de calor, em watts por esterradiano.
d) Tabela ‘Airframe Waveband Factor’:
1. Inputs: waveband center, waveband width; e
2. Output: fator multiplicador do valor retornado pela tabela ‘Airframe Signature’ para obtenção
da assinatura em uma faixa de onda particular.
e) Tabela ‘Plume Signature’:
1. Inputs: potência do(s) motor(es) (0 - iddle; 1 - military; 2 - afterburner), velocidade, altitude,
azimute, elevação; e
2. Output: assinatura de calor, em watts por esterradiano.
f) Tabela ‘Plume Waveband Factor’:
1. Inputs: waveband center, waveband width; e
2. Output: fator multiplicador do valor retornado pela tabela ‘Plume Signature’ para obtenção da
assinatura em uma faixa de onda particular.
g) Tabela ‘Hot Parts Signature’:
1. Inputs: potência do(s) motor(es) (0 - iddle; 1 - military; 2 - afterburner), velocidade, altitude,
azimute, elevação; e
2. Output: assinatura de calor, em watts por esterradiano.
h) Tabela ‘Hot Parts Waveband Factor’:
1. Inputs: waveband center, waveband width; e
2. Output: fator multiplicador do valor retornado pela tabela ‘Hot Parts Signature’ para obtenção
da assinatura em uma faixa de onda particular:
Aerodinâmica.
i) Tabela de Fator de Carga Máximo:
1. Inputs: altitude, velocidade; e
2. Output: fator máximo de carga suportado.
j) Tabela de Arrasto Total (Parasita + Induzido):
1. Inputs: altitude, velocidade; e
2. Output: coeficiente de arrasto.
k) Fator multiplicador do arrasto total:
1. A tabela de arrasto total deve considerar a aeronave em condições de voo reto e nivelado; para
compensar o aumento do arrasto induzido durante manobras, o valor retornado pela tabela é
multiplicado pelo produto entre: i) fator de carga corrente, e ii) fator de correção para atenuar ou
acentuar o efeito da carga g no arrasto total:
Propulsão.
l) Número de motores;
m) Tabela de empuxo em regime Idle:
1. Inputs: altitude, velocidade; e
2. Output: potência total fornecida pelos motores (em unidades de força).
n) Tabela de empuxo em regime Militar:
1. Inputs: altitude, velocidade; e
2. Output: potência total fornecida pelos motores (em unidades de força).
o) Tabela de empuxo em regime Máximo:
1. Inputs: altitude, velocidade;
2. Output: potência total fornecida pelos motores (em unidades de força);
3. Thrust Specific Fuel Consumption (TSFC) em regime militar; e
4. Thrust Specific Fuel Consumption (TSFC) em regime máximo.
p) Características gerais/operacionais:
1. Peso básico vazio (sem combustível);
2. Peso máximo de combustível;
3. Velocidade operacional mínima (velocidade mínima esperada da aeronave quando em combate
aéreo);
4. Velocidade operacional máxima (velocidade máxima esperada da aeronave quando em
combate aéreo); e
5. Ângulos de arfagem (positivo/negativo) normalmente empregados em mudanças de altitude
durante o emprego operacional.
II - Mísseis Ar-Ar e Ar-superfície associados às aeronaves citadas no item I deste artigo:
a) Peso total;
b) Diâmetro do corpo;
c) Diâmetro do nozzle;
d) Impulso específico do motor-foguete (ISP);
e) Fator de navegação proporcional;
f) Fator de carga máximo;
g) Tempo máximo de voo;
h) Distância de letalidade;
i) Distância de dano;
j) Tempo para início do guiamento;
k) Manobra de Loft (sim/não);
l) Uplink (sim/não);
m) Distância máxima de uplink;
n) Offboresight máximo do uplink no atirador;
o) Offboresight máximo do uplink no míssil;
p) Distância esperada (em relação ao alvo) de ativação do seeker;
q) Time-constant do sistema de controle;
r) Tabela Cl x Alpha:
1. Inputs: velocidade, coeficiente de sustentação; e
2. Output: Ângulo de ataque.
s) Tabela Cl x Cd:
1. Inputs: velocidade, coeficiente de sustentação; e
2. Output: Coeficiente de arrasto.
t) Tabela de Empuxo:
1. Input: tempo de queima;
2. Output: Empuxo do motor-foguete (em unidades de força); e
3. Outras informações relevantes sobre mísseis: dados de envelope, alcance máximo em função
das velocidades, altitudes e ângulos de aspecto do atirador e do alvo.
III - Bombas com/sem guiamento associadas às aeronaves citadas no item I deste artigo:
a) Peso em lb;
b) Drag index (valor multiplicado pela velocidade para cálculo do arrasto);
c) Tipo de espoletagem;
d) Altitude armação da espoleta (considerando espoleta de altitude);
e) Tempo de armação da espoleta (considerando espoleta de tempo);
f) Tipo de guiamento;
g) Tempo para início de guiamento; e
h) Tempo máximo de guiamento.
1. Outras informações relevantes sobre bombas: dados de envelope, alcance máximo em função
da altitude, velocidade e atitude de lançamento.
IV - Radares aeroembarcados (incluindo seekers):
a) Sistema RF:
1. Frequência de operação;
2. Largura de banda;
3. Potência de pico;
4. Figura de ruido do sistema;
5. Perdas gerais do sistema (transmissão, recepção, processamento);
6. Modos de operação (ex: TWS, STT, RWS, etc);
7. Frequência de repetição de pulsos (PRF);
8. Largura de pulso (PW);
9. Escala de distâncias de operação (ranges);
10. Número máximo de tracks simultâneos; e
11. Tempo de vida do track sem receber atualização.
b) Antena:
1. Tipo de gimbal (mecânico, eletrônico, etc);
2. Limites angulares do gimbal (azimute, elevação, rolamento);
3. Características da varredura;
4. Tipo (barras horizontais/verticais, circular, cônica, pseudo-aleatória, etc);
5. Velocidade rotação da antena;
6. Número de barras;
7. Tipo de polarização (vertical, horizontal, rhc, lhc, etc);
8. Ganho;
9. Largura do feixe;
10. Perfil de irradiação da antena; e
11. Obs: caso seja conhecida apenas a capacidade de detecção do radar em termos de alcance, é
importante detalhar a RCS considerada na estimação.
V - Radar Warning Receiver (RWR) aeroembarcados associados às aeronaves citadas no item I
deste artigo:
a) Sistema RF:
1. Largura de banda (faixa de frequências cobertas);
2. Figura de ruido do sistema;
3. Perdas gerais do sistema (recepção, processamento);
4. Tempo de buffering (período de tempo em que o sistema armazena as emissões
recebidas antes de realizar um ciclo de processamento);
5. Capacidade de discriminação em frequência;
6. Capacidade de discriminação da direção de chegada;
7. Número máximo de emissores no Emitter Track File (ETF); e
8. Tempo de vida do emissor no ETF sem receber atualização.
b) Antena:
1. Cobertura em azimute e elevação ou perfil de irradiação;
2. Tipo de polarização (vertical, horizontal, rhc, lhc, etc);
3. Ganho;
4. Obs: o modelo de RWR permite também a definição de uma biblioteca de
emissores; nesta biblioteca, cada emissor é definido por meio dos seguintes atributos:
5. Faixa de frequência de operação (mínimo/máximo);
6. Faixa de frequência de repetição de pulso (mínimo/máximo);
7. Faixa de largura de pulso (mínimo/máximo); e
8. Modo de operação (scanning, tracking, tracking_scanning).
VI - Datalink:
a) Radio:
1. Faixa de frequências de operação;
2. Canais (frequências específicas de operação);
3. Potência de pico;
4. Figura de ruido do sistema; e
5. Perdas gerais do sistema (transmissão, recepção, processamento).
b) Antena:
1. Cobertura em azimute e elevação ou perfil de irradiação;
2. Tipo de polarização (vertical, horizontal, rhc, lhc, etc); e
3. Ganho.
c) Protocolo:
1. Compartilhamento de mensagens de posição/status (sim/não);
2. Taxa de compartilhamento de mensagens de posição/status;
3. Compartilhamento de mensagens de tracks (sim/não); e
4. Taxa de compartilhamento de mensagens de tracks.
VII - Grau de treinamento das tripulações e operadores dos diversos sistemas listados (escala de
likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto) considerando a doutrina de
emprego;
VIII - Ground-Based Air Defense (GBAD):
a) mísseis: de acordo com detalhamento do item II deste artigo;
b) radares: de acordo com detalhamento do item X deste artigo;
c) características gerais/operacionais;
d) número total de mísseis disponíveis na localidade onde opera a Unidade de Tiro;
e) número de tubos de lançamento disponíveis;
f) tempo necessário para realimentar os tubos após uma sequência de
lançamentos;
g) ângulo mínimo de lançamento;
h) ângulo máximo de lançamento; e
i) lançamento vertical (sim/não).
IX - mísseis de cruzeiro, com seus respectivos tipos, alcances em nm, equipamentos a bordo (GE),
localizações, possibilidades de desdobramento, disponibilidades estimadas, grau de treinamento
dos operadores (escala de likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto),
doutrina de emprego (táticas e técnicas utilizadas), velocidade máxima, trajetória, tempo de
queima, área letal, Pkill no ponto de impacto, Pkill na área letal e assinatura;
X - radares de vigilância e aquisição aérea e diretor de tiro, com seus respectivos tipos, alcances
em nm, equipamentos a bordo (GE), armamentos associados, localizações, possibilidades de
desdobramento, disponibilidades estimadas, grau de treinamento dos operadores (escala de likert
com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto), doutrina de emprego (táticas e
técnicas utilizadas), altura da antena, período de varredura em RPM, azimute, altura de antena,
potência de transmissão em W, largura de banda em Hz, SNR (signal to noise ratio) threshold,
altitude mínima de detecção em ft, variação em graus do azimute da antena, elevação em ft,
alcance para aquisição em nm, frequência nominal em Hz, figura de ruído (interno do
equipamento, medido em dB), probabilidade de detecção no alcance máximo, variação em graus
da elevação da antena, feixe principal da antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação),
lóbulo lateral da antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação) e lóbulo traseiro da
antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação);
XI - radares de vigilância terrestre, com seus tipos, alcances em nm, equipamentos a bordo (GE),
localizações, possibilidades de desdobramento, disponibilidades estimadas, grau de treinamento
dos operadores (escala de likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto),
doutrina de emprego (táticas e técnicas utilizadas), altura da antena, período de varredura em
RPM, azimute, altura de antena, potência de transmissão em W, largura de banda em Hz, SNR
(signal to noise ratio) threshold, frequência nominal em Hz, figura de ruído (interno do
equipamento, medido em dB), probabilidade de detecção no alcance máximo, variação em graus
da elevação da antena, feixe principal da antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação),
lóbulo lateral da antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação) e lóbulo traseiro da
antena (ganho, ângulo de azimute e ângulo de elevação);
XII - infraestruturas críticas - Lista de pontos sensíveis (estruturas físicas que representam
possíveis alvos terrestres: pistas de pouso, hidrelétricas, refinarias, indústrias de defesa, sede de
poder político, etc); Razão entre: i) número de aeronaves hostis ingressando no território, e ii)
número de aeronaves de alerta acionadas para se contraporem à ameaça (ex: 1/1 significa que
para cada aeronave hostil será acionada uma aeronave de alerta);
XIII - Bases Aéreas:
a) capacidade de armazenamento de combustível;
b) capacidade de armazenamento de armamentos (tipo e quantidade);
c) aeronaves em operação (tipo de quantidade);
d) tempo médio de reação das aeronaves de alerta;
e) tempo médio de reposicionamento de aeronaves de alerta;
f) tempo médio de reposicionamento de aeronaves de caça; e
g) tempo médio de reposicionamento de aeronaves de AEW.
XIV - tabela de alvos terrestres e efeitos de ataques aéreos: trata-se de uma tabela que relaciona
três elementos: i) categoria de alvo aéreo, ii) tipo de armamento, e iii) dano causado ao alvo se for
atacado com esse tipo de armamento. O dano é modelado por meio de um raio de circunferência,
que representa, por exemplo, efeito de craterização ou extensão do sopro;
Categoria de alvo Tipo de armamento Raio do dano (m)
Construção em pavimento único BEG de 120 kg 5
Pista de concreto BEG de 230 kg 5
Tabela 01 - Tabela de alvos e efeitos
XV - logística de transporte da Força, com seus respectivos modais de desdobramento e apoio ao
combate, possibilidades de emprego por FARP ou rodopistas com suas respectivas quantidades
(quantidade de militares empregados, capacidade máxima dos reservatórios e armamento),
estrutura da cadeia de comando, localização das infraestruturas de armazenamento e grau de
competência do sistema (escala de 5 likert com 5 possibilidades: muito
baixo/baixo/médio/alto/muito alto) e doutrina de emprego (táticas e técnicas utilizadas);
XVI - tropas terrestres de Forças Especiais, quantidades, localizações, armamentos que possui,
grau de treinamento dos operadores especiais (escala de likert com 5 possibilidades: muito
baixo/baixo/médio/alto/muito alto) e doutrina de emprego (táticas e técnicas utilizadas);
XVII - análise de Força e Fraqueza da Força; e
XVIII - possibilidades de aquisição/desenvolvimento de novos sistemas no horizonte temporal
proposto.
Art. 42. Domínio Terrestre:
I - veículos de combate com suas respectivas quantidades, alcances em nm, equipamentos a bordo
(Guerra Eletrônica - GE), data link, armamentos, localizações, possibilidades de desdobramento,
disponibilidades estimadas, grau de treinamento dos pilotos individualmente e em equipe (escala
de likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto), doutrina de emprego
(táticas e técnicas utilizadas), velocidade máxima em milhas/h, alcance máximo sem
reabastecimento, capacidade de combustível em galão, consumo em milhas por galão, velocidade
máxima, largura em metros, cumprimento em metros e assinatura radar; e
II - para se definir a situação esperada dos atores envolvidos, faz-se necessária sinergia entre
COMAE, CIAER e o Sistema de Inteligência do Exército Brasileiro.
Art. 43. Domínio Marítimo:
I - veículos de combate com suas respectivas quantidades, alcances em nm, equipamentos a bordo
(Guerra Eletrônica - GE), data link, armamentos, localizações, possibilidades de desdobramento,
disponibilidades estimadas, grau de treinamento dos pilotos individualmente e em equipe (escala
de likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto), doutrina de emprego
(táticas e técnicas utilizadas), velocidade máxima em milhas/h, alcance máximo sem
reabastecimento, capacidade de combustível em galão, consumo em milhas por galão, velocidade
máxima, largura em metros, cumprimento em metros e assinatura radar;
II - embarcações: com suas respectivas quantidades, alcances em nm, equipamentos a bordo
(Guerra Eletrônica - GE), data link, armamentos, localizações, possibilidades de desdobramento,
disponibilidades estimadas, grau de treinamento dos tripulantes individualmente e em equipe
(escala de 5 likert com 5 possibilidades: muito baixo/baixo/médio/alto/muito alto), doutrina de
emprego (táticas e técnicas utilizadas), velocidade máxima em kt, capacidade de combustível em
galão, consumo em milhas por galão, velocidade máxima, deslocamento (peso) em configuração
operacional e assinatura radar; e
III - para se definir a situação esperada dos atores envolvidos, faz-se necessária sinergia entre
COMAE, CIAER e o Sistema de Inteligência da Marinha do Brasil.
Art. 44. Domínio Informacional:
I - temas que possam ser objeto de exploração no campo informacional para se construirem
narrativas desfavoráveis aos objetivos nacionais brasileiros e que resultariam em vantagens ao
oponente, tanto perante o público interno (sociedade brasileira), como perante a comunidade
internacional e os organismos internacionais; e
II - para se definir a situação esperada dos atores envolvidos, faz-se necessária sinergia entre
COMAE, CIAER e Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER).
Art. 45. Domínio Cibernético:
I - capacidades de realizar ações, em ambiente cibernético, contra as infraestruturas críticas
(estratégicas) do Brasil, tais como: ativos do poder militar, bases aéreas e seus meios aéreos,
centros de C2, radares, meios navais, portos e quaisquer outras guarnições militares; ativos de
geração e distribuição de energia (eletricidade, petróleo e derivados); ativos do setor de
transporte/logística (rodovias, portos e aeroportos); e ativos do setor de telecomunicações,
incluindo redes computacionais públicas e privadas (setor cibernético); e
II - para se definir a situação esperada dos atores envolvidos, faz-se necessária sinergia entre
COMAE, CIAER e Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCIBER).
Art. 46. Possibilidades de mobilização nacional e de outros meios do oponente:
I - meios aéreos e entidades envolvidas;
II - meios terrestres e entidades envolvidas;
III - meios navais e entidades envolvidas;
IV - forças auxiliares, paramilitares, guardas nacionais, milícias e organizações mercenárias; e
V - em cenários típicos de conflitos irregulares, híbridos e em Operações de GLO, cujos oponentes
poderão ser estatais e não-estatais, considerar também a utilização de meios não cinéticos tais
como: guerra de informação e de narrativas; desinformação; operações psicológicas e de
influência; apoio de mídia; opinião pública; financiamento ilícito; cooptação de agentes de
segurança pública e de outras instituições do Estado, dentre outros.
Art. 47. Tabela Resumo: neste item, será apresentada uma tabela resumo dos meios dos atores
oponentes, tanto a situação atual, como a situação esperada no espaço temporal definido. Deve
ser apresentada uma estimativa de mínimo, mais provável e máximo, de acordo com os
levantamentos de inteligência realizados.
ANO ANO ATUAL (A) A + 12
ESTIMADO Mín Provável Máx Mín Provável Máx
ATOR A
5 aeronaves X 8 aeronaves X 15 aeronaves X 10 aeronaves
X
20 aeronaves
X
30 aeronaves
X
NIL NIL NIL 15 aeronaves
Y
30 aeronaves
Y
40 aeronaves
Y
4 helicópteros
X
8 helicópteros
X
10 helicópteros
X NIL NIL NIL
Tabela 02 - Tabela Resumo
Seção VI
Missão do Oponente
Art. 48. Missão deduzida do oponente, tendo em vista seu EFD militar. O COMAE será o
responsável por esse item, com o assessoramento do CIAER.
Art. 49. Em cenários típicos de Operações de GLO, considerar: ações para desacreditar os poderes
constituídos, as Forças Armadas e os Órgãos de Segurança Pública; a desordem; a manutenção das
estruturas da organização criminosa; o lucro como resultado de atividade ilícita; a consolidação de
um poder paralelo, dentre outras.
Seção VII
Ameaças - Targetting
Art. 50. Deverão ser listados os meios do oponente que poderão impedir a FAB de atingir o EFD
militar. O COMAE será o responsável por esse item, com o assessoramento do CIAER.
Art. 51. Em cenários típicos de conflitos irregulares, híbridos e em Operações de GLO, deverão ser
considerados os meios não cinéticos do oponente, tais como apoio político, militar e financeiro de
um Estado, poder de influência na população, poder de retaliação sobre não-combatentes, apoio
de meios de comunicação, dentre outros.
Art. 52. É o processo de targetting, efetuado em uma Campanha, e deve ser dado pesos aos alvos
de acordo com o sistema que o mesmo compõe, conforme tabela abaixo:
PRIORIDADE
DO ALVO
NOME
DO ALVO
TIPO DE
ALVO
QUANTIDAD
E LOCALIZAÇÃO
ARMAMENTO
OU AÇÃO
NECESSÁRIA
SISTEMA
PESO NO
EFD MILITAR
(%)
Tabela 03 - Tabela de ameaças - targetting
Seção VIII
Atores não cooperativos
Art. 53. Informações sobre apoio da população civil a ambos os lados do conflito, Organizações
Não Governamentais (ONG), Meios de Comunicação, sindicatos, Oganizações Criminosas, dentre
outras julgadas pertinentes, que podem afetar o conflito, bem como países que podem apoiar ou
aliarem-se a ambos os lados da eventual crise/conflito. O CIAER será o responsável por esse item.
Seção IX
Análise dos Centro de Gravidade (CG) do oponente e dos atores não cooperativos
Art. 54. Neste item, serão apresentados e analisados os CG do oponente e dos atores não
cooperativos nos campos político, militar, econômico, psicossocial, dentre outros, de acordo com
a Doutrina vigente (DCA 1-1). O COMAE será o responsável por esse item, com o assessoramento
do CIAER.
Seção X
Situação atual e prospectiva do poder militar amigo
Art. 55. Neste item não serão necessários, neste momento, os dados acerca dos domínios
terrestre e marítimo do poder militar amigo.
Art. 56. A Terceira Subchefia (3SC), com o assessoramento do COMPREP e do DECEA, será
responsável pelas informações, em analogia ao item VII (grau de treinamento das tripulações e
operadores) do Art. 41, porém para a situação amiga.
Art. 57. A Quarta Subchefia (4SC), com o assessoramento do COMGAP e do DECEA, será
responsável pelas demais informações, onde serão repetidas as informações dos Art. 41 ao Art.
45, porém para a situação amiga.
Seção XI
Ambiente Externo (topografia e meteorologia)
Art. 58. Descrição das características físicas que possam influenciar as Operações Aéreas:
I - localização e características dos grandes centros urbanos;
II - aspectos críticos que devam ser considerados no planejamento do apoio logístico;
III - a acidentes notáveis que sejam obstáculos de vulto à detecção radar e às operações aéreas; e
IV - condições meteorológicas predominantes e variações climáticas sazonais.
Art. 59. O COMAE será o responsável por esse item, com o assessoramento do CIAER.
Seção XII
Imagem do Cenário
Art. 60. Uma imagem ilustrativa, tal qual um mapa de situação contendo os principais meios de
ambos os lados, no horizonte temporal definido. Deve resumir o Cenário Aeroespacial que se
apresenta de forma a prover uma visão geral para o Comandante. O COMAE será o responsável
por esse item, com o assessoramento do CIAER.
Seção XIII
Observações Finais
Art. 61. Outras informações julgadas pertinentes e não contidas nos outros itens, sob
responsabilidade da 2SC.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 62. As necessidades de mudanças ou sugestões para esta Instrução deverão ser
encaminhadas ao EMAER, seguindo a cadeia de comando.
Art. 63. Os casos não previstos nesta Instrução deverão ser apresentados ao Chefe do Estado-
Maior da Aeronáutica, para avaliação e posterior apreciação do Comandante da Aeronáutica.
CAPÍTULO VI
REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. Portaria nº 1579/GM-MD, de 28 de março de 2022. Aprova a
Estratégia Militar de Defesa MD-51-M-03 (3ª Edição/2022). [Brasília-DF], 28 mar. 2022.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. Portaria Normativa nº 84/GM-MD, de 15 de setembro de 2020.
Aprova a Doutrina de Operações Conjuntas MD-30-M-01, Volumes 1 e 2 (2ª Edição/2020). DOU
N°178, [Brasília-DF], 15 set. 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. Guia do Planejamento Baseado em Capacidades (PBC), versão 22,
1ª ed., [Brasília-DF], 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. Cenário Militar de Defesa. [Brasília-DF], 2024.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 1.224/GC3, de 10 de
novembro de 2020. Aprova a reedição da DCA 1-1 “Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira -
Volume I”. Boletim do Comando da Aeronáutica nº 205, [Brasília-DF], 12 nov. 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 1.225/GC3, de 10 de
novembro de 2020. Aprova a reedição da DCA 1-1 “Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira -
Volume II”. Boletim do Comando da Aeronáutica nº 205, [Brasília-DF], 12 nov. 2020.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 2.102/GC3, de 18 de
dezembro de 2018. Aprova a reedição do PCA 11-47 “Plano Estratégico Militar da Aeronáutica
2018-2027”. Boletim do Comando da Aeronáutica nº 222, [Brasília-DF], 20 dez. 2018.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 1.446/GC3, de 17 de
maio de 2024. Aprova a edição da DCA 11-146, que dispõe sobre a “Metodologia de Planejamento
Baseado em Capacidades (PBC) no Comando da Aeronáutica”. Boletim do Comando da
Aeronáutica nº 95, [Brasília-DF], 21 maio 2024.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria nº 661/GC3, de 21 de
dezembro de 2023. Aprova a NSCA 5-2, “Norma de Sistema para Atos Normativos no Âmbito do
Comando da Aeronáutica”. Boletim do Comando da Aeronáutica nº 234, [Brasília-DF], 22 dez.
2023.
BRASIL. MINISTÉRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria EMAER nº 002/3SC2, de
30 de janeiro de 2001. Aprova o MCA 10-4, “Glossário da Aeronáutica”. Boletim do Comando da
Aeronáutica nº 002, [Brasília-DF], 16 fev. 2001.
ANEXO II
MODELO DE CENÁRIO AEROESPACIAL
1 PROBLEMA MILITAR E ESPAÇO TEMPORAL DO CENÁRIO
2 ESTADO FINAL DESEJADO:
2.1 ESTADO FINAL DESEJADO (EFD) MILITAR;
2.2 EFEITOS OPERACIONAIS; e
2.3 OBJETIVOS OPERACIONAIS.
3 HISTÓRICO
4 SITUAÇÃO ATUAL E PROSPECTIVA ACERCA DO OPONENTE (em formato de arquivo digital,
conforme Art. 40):
4.1 DOMÍNIO AÉREO E ESPACIAL;
4.2 DOMÍNIO TERRESTRE;
4.3 DOMÍNIO MARÍTIMO;
4.4 DOMÍNIO INFORMACIONAL;
4.5 DOMÍNIO CIBERNÉTICO;
4.6 POSSIBILIDADES DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL E DE OUTROS MEIOS DO OPONENTE; e
4.7 TABELA RESUMO.
5 MISSÃO DO OPONENTE
6 AMEAÇAS - TARGETTING
7 ATORES NÃO COOPERATIVOS
8 ANÁLISE DOS CENTROS DE GRAVIDADE (CG) DO OPONENTE E DOS ATORES NÃO COOPERATIVOS;
9 SITUAÇÃO MILITAR AMIGA ATUAL E PROSPECTIVA DO PODER MILITAR AMIGO (Repetir os Art. 41
ao Art. 45 para situação amiga, numerando-os como 9.1 ao 9.5)
10 AMBIENTE EXTERNO (TOPOGRAFIA E METEOROLOGIA)
11 IMAGEM DO CENÁRIO
12 OBSERVAÇÕES FINAIS